segunda-feira, 20 de junho de 2011

O problema das drogas


Em dias do mês de junho do corrente ano, ao ler a revista veja,  deparei com uma reportagem significativa referente à tragédia provocada pelas drogas, de modo que tal informativo merece a nossa reflexão, a saber:

Uma tragédia invisível

Uma reportagem cortante desta edição de VEJA feita pelo repórter Ricardo Westin, que entrevistou dezena de viciados, seus familiares, policiais e psiquiatras, mostra a amplitude de uma tragédia urbana que as autoridades fingem não existir: a epidemia do crack, uma mortal derivação da cocaína. Não dá para entender que se travem os mais doutos debates em Brasília sobre a descriminalização das drogas, com a liberação na semana  passada das marchas dos defensores do uso da maconha – como se o Brasil fosse  algum plácido enclave escandinavo nos trópicos - , quando, nas cidades mais populosas, fantasmagóricas multidões de viciados em crack vagam pelas ruas cometendo toda sorte de crime e desmentindo as constatações, tão válidas em outros campos, de que atingimos um novo patamar de civilizatório.  Não atingimos e não atingiremos enquanto não encararmos, como nação, a chaga deste pavoroso vício.

         Outras drogas pesadas, como a cocaína em pó e a heroína, também são fonte de terríveis dramas pessoais, sociais e familiares. Mas nada se compara à cocaína em pedra fumada em cachimbos artesanais nas praças e ruas da quase totalidade dos municípios brasileiros por mais de um milhão de usuários, segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz. Por seu poder de destruição e por ter como público-alvo os jovens de 15 a 25 anos, essa modalidade de ruína química merece análise detalhada e demanda a ação urgente do poder público. O crack vicia para sempre na primeira vez que seus componentes químicos inundam o cérebro do usuário. A pessoa passa a roubar e matar, se preciso, para satisfazer as demandas psíquicas  e físicas impostas pela abstinência. Famílias inteiras são tragadas pelas assustadoras crises dos viciados, cuja fúria desfaz os laços domésticos mais estáveis, renega as normas básicas da convivência social e anula mesmo a educação mais  primorosa.

         Enquanto isso, as autoridades em Brasília sentem-se  modernas e libertárias ao atender a enseios dos organizadores das ``marchas da maconha``. Tudo a favor da liberdade de expressão, mas sem esquecer que as drogas leves são a porta de entrada para o crack e sua trágica rota sem volta.

Obs: O artigo supracitado se refere ao texto ``Carta ao Leitor`` da Revista Veja do dia 22 de junho de 2011- pág. 16.